Não faz muito tempo em que ver um filme em casa implicava em
assistir também a inúmeros comerciais que cortavam a ação. Quando se ia ao
cinema, havia o alívio de que as propagandas não estariam lá. Em nossos dias
ver um filme em casa dispensa os incômodos anúncios comerciais, enquanto ir ao
cinema exige paciência para agüentar as intermináveis propagandas antes do início
da projeção.
Durante muitos anos a tv foi alvo fácil de todo o tipo de
ataque, quase todos sublinhando seu caráter de arte comercial degradada e
alienante. O ponto de virada se dá nas décadas de 1990 e 2000, onde dramas em
forma de série produzidos para a tv surpreendem o mundo pela sua complexidade,
profundidade e primor técnico. Séries como Família Soprano, A Sete Palmos, The
Wire, Mad Man e Breaking Bad consolidam definitivamente a “tv de qualidade”.
O cinema é um espaço de heróis. Mais dado a maniqueísmos. Na
tv é possível mergulhos mais profundos e perturbadores na psique de seus
personagens.
O que me leva a TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME, de Martin McDonagh.
Com seus personagens multifacetados que nos provocam tanta atração quanto
repulsa, e história aberta, é um filme tão bom que me fez pensar “parece até tv”.
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