O retorno da grande pintura?

Seria possível voltar a fazer "pintura de história", como no passado? Esse gênero, tido como o mais alto patamar de toda criação pictórica até o surgimento dos impressionistas, não teve lugar na modernidade, salvo algumas exceções como a dos muralistas mexicanos. Ele corresponde a grandes superfícies pintada de maneira refletida, com o sentido da composição e da narração, celebrando feitos.

Assim, a arte de Bo Bartlett surge como um retorno. Os críticos espertos julgarão imediatamente como kitsch e risível.

Kitsch, talvez. Mas isso nunca foi importante. Aqui, ele significa liberdade e coragem de romper com as tiranias dos gostos autorizados. E risível, de certo não é.


Bo Bartlett - O confederado - 2008

Bartlett não tem a celebridade dos grandes nomes internacionais. Mas não é um um conservador ingênuo, sem reconhecimento. Nasceu em Columbus, Georgia, e a Columbus State University constituiu um Bo Bartlett Center, que abriga seus arquivos e muitas obras do artista.





É um reconhecimento local de um artista que conquistou projeção nacional e internacional. Também é uma afirmação provinciana. No entanto, esta palavra não vem, de modo algum, com caráter pejorativo. Provinciano, como eram Thomas Hart Benton, Grant Wood ou John Steuart Curry. É verdade que esses imensos artistas sempre tiveram o nariz torcido dos snobs norte-americanos. De novo: que importa?




Uma tela como A Gerra Civil é uma poderosa alegoria. Mesmo numa imagem trágica, a arte de Bo Bartlett conserva sempre uma elegância natural e intrínseca.




Bartlett é capaz das mais infinitesimais nuanças luminosas, o que faz emergir uma beleza trágica em assuntos contemporâneos. 


Bo Bartlett - Um desenlace milagroso - 

A sensibilidade para as passagens luminosas lhe permite obras íntimas e meditativas.


Bo Bartlett -  Commonwealth - 2008

Bo Bartlett não hesita em se aproximar da ilustração, como a de um Norman Rockwell, encontrando no quotidiano americano um tema para pintura muito elaborada.


Bo Bartlett -  America - 2007

Nesse desprezo pelas correntes artísticas mais fortes e impositivas de nosso tempo, Bo Bartlett não só permanece fiel a si mesmo, como às mais belas tradições do realismo americano.







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