Mary Cassatt, coleções e feminismo

Além de pintora, Mary Cassatt também foi o que hoje se chama de “art advisor”. Próxima de grandes colecionadores americanos, sua presença foi decisiva na constituição de coleções impressionistas nos EUA.  Foram elas que sustentaram o comércio em um momento de baixa no mercado, momento em que Paul Durand-Ruel, o célebre marchand de Monet e companhia, enfrentava problemas financeiros variados. O mais grave deles foi a quebra do banco francês Union Générale, que fornecia boa parte do crédito de que o marchand dispunha.

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Mary Cassatt - Little Girl in a Blue Armchair - 1878 - óleo sobre tela - National Gallery of Art 

Ainda que os preços não fossem altos, o mercado americano manteve o impressionismo em circulação nas coleções importantes. Mary Cassatt ajudou a formar o gosto de seus pares da alta sociedade americana por obras de nomes como Renoir, Sisley e Pissarro. Vale mencionar a coleção de sua amiga Louisine Havemeyer que juntamente com seu marido Harry Havemeyer comprou boa parte das obras que Durand-Ruel levou aos EUA. Louisine também foi uma importante sufragista do começo do século e fundadora do National’s Women Party em 1913. 
Mary Cassatt esteve próxima das causas feministas de sua época. Pintora bem sucedida, que nunca se casou, produziu pinturas no espírito do movimento "New Woman" (exemplo abaixo) e cedeu obras a uma exposição realizada por Louisine em prol da causa sufragista em 1915, que também contou com obras de Degas. As obras impressionistas do casal Havemeyer compõem a coleção do Metropolitan Museum of Art.


Mary Cassatt, Lendo o Le Figaro, 1878, óleo sobre tela, coleção Eric de SpoelberchHaverford, Pennsylvania





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