Dois comentários curtos sobre AD ASTRA



Ad Astra: Rumo às Estrelas, 2019, dirigido por James Gray e estrelado por Brad Pitt, conta ainda com Tommy Lee Jones, Donald Sutherland e Liv Tyler no elenco.

1 - Ouvi muito que Ad Astra é um filme pretensioso. O que é uma acusação bem recorrente a filmes que tentam tocar questões humanas mais profundas de maneira direta (os filmes do Terrence Malick, por exemplo). Não me parece um demérito, de forma alguma. Numa indústria dominada por produções barulhentas para um público cada vez mais infantilizado, silêncios e respiros deveriam ser comemorados. E nenhum gênero é mais propício à pretensão e à reflexão filosófica que a ficção científica. Basta lembrar de 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Kubrick; Solaris, de Tarkovsky; A Chegada, de Villeneuve - para ficar em poucos exemplos. Um pouco de arrogância e ambições intelectuais fazem bem ao cinema.

2 - Sou desatento, e só vi que era um filme de James Gray quando surgiu os créditos finais. Surpresa, mas nem tanto. A fotografia escura, o sentido de aventura, a melancolia e solidão do protagonista, enfim, as marcas de seu cinema estão todos lá. Para quem ainda não se aventurou em sua filmografia, recomendo fortemente. Desde sua estréia no duro e violento Fuga Para Odessa, passando por dois extraordinários dramas familiares - Caminho Sem Volta e Os Donos da Noite - ambos com Joaquin Phoenix, seguido do intimista Amantes e do ambicioso (e irregular) Era Uma Vez em Nova York - também com Phoenix, e culminando em seu filme mais bonito e hipnótico: Z: A Cidade Perdida, que conta a história do explorador Percival Fawcett, que era obcecado em encontrar a cidade mítica El Dorado, na selva amazônica.

Pode se gostar ou não, mas é definitivamente um autor, que com Ad Astra alcança um público mais amplo e continua a retrabalhar seus temas recorrentes. Que continue assim.






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